ESGOTAMENTO ESPIRITUAL E BURNOUT |
O cansaço, e eventualmente até mesmo o esgotamento, tem se
tornado uma experiência cada vez mais comum na nossa sociedade, inclusive entre
os cristãos. Em psicologia esse sintoma é conhecido como “burnout” que nada
mais é que a síndrome de Burnout, que vem do inglês to burn out, tipo algo como
queimar por completo, também chamado de síndrome do esgotamento profissional,
foi assim denominada pelo psicanalista alemão Freudenberger, após constatá-la
em si mesmo, no início dos anos 1970.
CONTINUA
Essa síndrome é geralmente confundida com o
estresse, essa síndrome é uma doença ainda pouco conhecida que provoca esgotamento
físico e mental e atinge profissionais que trabalham diretamente com situações
de conflito,
O portador de Burnout mede a autoestima pela capacidade de
realização e sucesso. O que tem início com satisfação e prazer termina quando
esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, a necessidade de se afirmar e
o desejo de realização se transformam em obstinação e compulsão
Trabalhadores da área de saúde são frequentemente propensos
ao burnout. Os médicos parecem ter a proporção mais elevada de casos de burnout,
de acordo com um estudo recente no Psychological Reports, nada menos que 40%
dos médicos apresentavam altos níveis de burnout. Cordes e Doherty (1993), em
seu estudo sobre esses profissionais, encontraram que aqueles que tem
frequentes interações intensas ou emocionalmente carregadas com outros estão
mais suscetíveis.
No que diz respeito ao ambiente cristão, ela é uma das
consequências mais desastrosas do cansaço é o surgimento de um coração
endurecido e insensível, que nos afasta da compaixão pelo próximo e também da
possibilidade de sermos renovados pelo Senhor.
Uma pesquisa nos EUA, em 2001, entre mais de 2.500 lideranças
religiosas cristãs, realizado pela Duke Divinity School, mostrou que 76% do
clero cristão estava acima do peso ou obesos. E outra pesquisa mostrou que o
clero de todas as religiões apresenta taxas mais elevadas de obesidade,
hipertensão, diabetes e outras doenças do que os seus fiéis. Em alguns países,
os seguros de vida para pastores são mais caros, sendo o pastorado considerado
profissão de perigo!
A princípio, a formação integral dos pastores é um dos
objetivos a buscar por excelência, isso se dar porque os obreiros são escolhidos
dentre os escolhidos de Deus pela igreja. Sou professor há muitos anos em alguns
seminários e percebo que o enfoque continua sendo o pensar teológico dos
candidatos ao pastorado, apenas isto e nada mais. Poucas escolas de profetas se
preocupam com a saúde física e emocional dos futuros obreiros. Na verdade,
penso que os seminários são um reflexo das denominações e igrejas. Pouco se
investe na qualidade e na pessoa do pastor/a. A cada dia escuto histórias de
dores, angústias, adoecimentos na esfera pastoral. Tenho recebido alguns que
tiveram coragem de expor seus traumas e problemas para alcançarem uma cura
interna.
Os orgulhosos e soberbos ficam fazendo bobagens por conta do
cansaço, desamparo e falta de preparo integral. E que preço pagam pelos erros!
Durante muito tempo, o sacrifício pessoal e a falta de cuidado de si mesmo
entre os pastores foram considerados uma espécie de virtude. Penso que podemos
ajudar os futuros pastores a enxergar o homem com um todo (e não só as
necessidades espirituais) e os seminários podem sugerir um mentor ou capelão,
para ajudá-los a enxergar a própria finitude e limitação. Nossa faculdade conta
com um centro de estudos avançados em parapsicologia e psicanálise para ajudar
os futuros e os já pastores que precisam e procuram nossa ajuda.
Temos que entender que diferentemente do estresse a síndrome
de Burnout, há um componente relacionado com o ambiente de trabalho, pois o
fator gerador da síndrome está não apenas no volume, mas principalmente no
ambiente de trabalho. Assim, o paciente que tem o estresse clássico pode se
recuperar depois de um período de férias, mas não o portador de Burnout, porque
os problemas voltam quando ele retorna ao trabalho.
O estresse é o grande campeão das queixas, e ao mesmo tempo o
mais difícil de diagnosticar. Não é uma doença. Não é uma situação que nos
acontece. Não é nada fora de nós.
Mas, na síndrome de Burnout, no começo é uma sensação.
Primeiro começa por certa dificuldade nas tarefas do dia a dia. Depois vem um
desânimo. E a nossa tendência raramente é parar, prestar a atenção. O corpo
conversa conosco. Mas nós não ouvimos.
E continuamos na nossa vidinha, à espera que passe. Mas não
passa. Enquanto a pessoa não mudar as condições que fizeram o sintoma
instalar-se, ele não se vai embora.
Em geral os fatores que desencadeantes são, a sobrecarga de
trabalho e, ou, frustração por não atingir as metas propostas, dedicação
excessiva ao trabalho (com dificuldade para ter um lazer ou ócio e estar com a
família), e falta de autonomia em situações de grande responsabilidade.
A exaustão emocional deixa a pessoa sem lastro, irritada,
hipersensível, sem forças para fazer o que anteriormente fazia. É um cansaço
maior que o cansaço físico, pois envolvem lapsos de memória, ausências, brancos
ou desconcentração.
Temos que ficar alertas e se você se sente estressado? Nada
do que faz traz realmente a mesma satisfação que sentia? Está irritado,
desanimado, com problemas relacionais e não consegue mais dar a atenção que
dava às atividades diárias? Está com fadiga, dores generalizadas e evita o
contato social? Talvez você esteja com a síndrome de Burnout.
OS SINTOMAS
A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico caracterizado
pelo estado de tensão emocional e estresses provocados por condições de
trabalho desgastantes.
Sua principal característica é o estado de tensão emocional e
estresse crônico provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e
psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em pessoas
cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.
Os sintomas são variados: fortes dores de cabeça, tonturas,
tremores, muita falta de ar, oscilações de humor, distúrbios do sono,
dificuldade de concentração e problemas digestivos. Segundo Dr. Jürgen Staedt,
diretor da clínica de psiquiatria e psicoterapia do complexo hospitalar
Vivantes, em Berlim, parte dos pacientes que o procuram com depressão são
diagnosticados com a síndrome do esgotamento profissional. O professor de
Psicologia do comportamento Manfred Schedlowski, do Instituto Superior de
Tecnologia de Zurique (ETH), registra o crescimento de ocorrência de
"Burnout" em ambientes profissionais, apesar da dificuldade de
diferenciar a síndrome de outros males, pois ela se manifesta de forma muito
variada: "Uma pessoa apresenta dores estomacais crônicas, outra reage com
sinais depressivos; a terceira desenvolve um transtorno de ansiedade de forma
explícita", e acrescenta que já foram descritos mais de 130 sintomas do
esgotamento profissional.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do
paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho.
Respostas psicométricas a questionário baseado na Escala
Likert também ajudam a estabelecer o diagnóstico.
Muito tentam negar e têm uma tendência no início é a de
entrarem em negação. "A culpa é da correria do dia a dia! A culpa é da
vida que eu levo, sempre a trabalhar."
"A culpa é dos problemas, das noites mal dormidas e do
stress."
E ficam imenso tempo sem prestar atenção ao que está a
acontecer. E a "coisa" se instala.
Esta situação de cansaço e desânimo gera um impacto profundo
nas atividades sociais e na produtividade profissional, tornando-se hoje uma
das principais queixas nos consultórios médicos e espirituais - e na pesquisa
que estamos a realizar nesta Série Sintomas.
Você está cansado das coisas, da vida, de você mesmo? Entenda
de onde pode vir a ser a síndrome de burnout e o cansaço espiritual e como
vencê-lo.
O TRATAMENTO
O tratamento da
síndrome de burnout inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade
física regular e exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os
sintomas.
E Jamais perder o amor
pelo que faz
Pense um pouco, por que as coisas nos cansam tanto? Será que
estamos cansados de viver, ou talvez cansados até de nós mesmos? Que tipo de
cansaço nos pesa mais: o físico, o psicológico, o espiritual?
Tenha em mente que os grandes homens de Deus dormiam pouco,
comiam pouco, trabalhavam muitas horas e dedicavam um longo tempo à oração. E
estavam sempre alegres, inclusive quando seu corpo parecia destruído. Ficavam
esgotados, mas não cansados de doar-se a Deus e aos outros. Neles se cumpria a
máxima de João da Cruz: “A alma que anda no amor não cansa nem se cansa”.
Os grandes discípulos estavam enamorados de Cristo, Esposo e
Senhor, e se deixavam amar por Ele. Em suas vidas, sempre houve sofrimento,
contrariedades, desprezos, traições. Mas eles nunca perderam a alegria. Sim,
enamorados de Cristo, entregaram-se completamente. Então, por que hoje, na
Igreja, há tantas pessoas cansadas? O que acontece?
São múltiplos e muito variados os motivos do cansaço. O
cansaço físico contínuo, sem o apoio do Espírito Santo, causa desgaste
psicológico. Daí se passa à falta de motivação para orar, para estar diante do
Senhor, para deixar-se tocar pela Palavra. Apaga-se a vida espiritual, a
relação com o Amado e, por conseguinte, chega à exaustão espiritual, a
preguiça.
O cansaço psicológico pode vir pela desordem da vida, pela
contínua mudança de horários, pela inconstância nas tarefas, pela bagunça ou
falta de limpeza no quarto ou sala de trabalho, pela compensação na comida,
pela falta de vontade em tudo.
Há cansaço pela forma de enfrentar os trabalhos, as
contrariedades, os fracassos, os conflitos. Há cansaço quando o trabalho
(escolar, manual, intelectual, familiar) é vivido com voluntarismo ou
perfeccionismo; quando a pessoa estabelece metas acima das suas possibilidades,
ou baseada na comparação ou inveja com relação aos resultados dos outros, ou
com o desejo de superar todos. Isso esgota e causa insatisfação.
No cristão, o cansaço pode chegar quando não se confia no
Senhor, quando não se coloca em suas mãos as próprias lutas, esperanças,
problemas, fracassos, angústias; quando a pessoa se instala no ceticismo ou se
apega a pequenas preocupações; quando se dá muita importância ao que é
transitório, insignificante, efêmero.
O cansaço pode aparecer na vida do cristão também quando
falta humildade para pedir ajuda diante das dificuldades ou problemas, e a
pessoa quer resolver tudo sozinha, fechando-se cada vez mais em si mesma,
contando somente com suas forças, o que leva a um fracasso maior ainda.
Como enfrentar o cansaço físico e psicológico, para manter o
tônus espiritual?
“Vinde a mim todos os que estão cansados, e eu os aliviarei”
(cf. Mt 11, 28). A vida não os pertence. Tudo é de Deus. Dele viemos e a Ele
voltaremos. Enquanto caminhamos nesta terra, Jesus Cristo está sempre ao nosso
lado, sustentando, motivando, iluminado nossa existência.
Ele conhece nossas alegrias e tristezas, nossas esperanças e
angústias, nossas luzes e sombras, nosso combate interior. O que Ele deseja é
que contemos com Ele, que estejamos sempre na sua presença, que Ele habite no
mais íntimos da nossa interioridade. Ser cristão não nos poupa de lágrimas, mas
dá sentido aos nossos sofrimentos. Ser discípulos de Jesus aumenta o “peso” da
vida – segundo os critérios do mundo. É verdade. Mas o próprio Jesus nos disse:
“Tomai o meu jugo”. E acrescentou: “Porque meu jugo é suave e meu peso é leve”
(cf. Mt 11, 30).
O jugo é suave porque é sua amizade incondicional; e o peso é
leve porque Ele o carrega conosco. Carregamos um tesouro em vasos de barro,
para que se veja que uma força tão extraordinária vem de Deus, não de nós.
Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados acima das
nossas forças; pelo contrário, com a tentação, encontraremos também a maneira
de poder suportá-la (cf. 1Cor 10, 13).
RECOMENDAÇÕES
Não use a falta de
tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar
momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida pode ser a melhor
forma de prevenir ou tratar a síndrome de burnout;
Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas
para afastar as crises de ansiedade e depressão não é um bom remédio para
resolver o problema;
Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em
sua qualidade de vida e prejudicando sua saúde física e mental. Avalie também a
possibilidade de propor nova dinâmica para as atividades diárias e objetivos
profissionais.
Cuide-se! Ninguém fará isso por você! O seu corpo é Templo do
Espírito! Zele por ele! Dicas: programe seu dia e semana com intervalos. Chegue
primeiro na sua agenda, antes que os outros cheguem. Marque seus dias de
descanso na agenda e priorize - os. Preserve seu dia de descanso, mantenha sua
comunhão com Deus. Pastores/as em geral caem em ativismo, não priorizam tempo
de oração e meditação da Palavra. A Bíblia se torna instrumento de trabalho e
não de comunhão pessoal com o Senhor. Na minha pesquisa, vários afirmaram ter
pouco ou nenhum tempo de oração e leitura pessoal da Palavra, sempre que liam a
Bíblia era com objetivo de preparar um sermão ou palestra. Pratique atividade
física regular, pois ela libera hormônios essenciais para a saúde do corpo e da
mente. Procure não se medir pelo desempenho dos colegas ou estatísticas de
igrejas vencedoras. Isso é pornografia eclesial: gera cobiça e desdém pelo que
se tem em mãos. Procure a competência e excelência no seu trabalho, não
competição.
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José Alfinyahu, Teólogo, Parapsicólogo, Psicanalista, Professor, Th.M em bíblia e Th.D em Teologia Sistemática.
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