José Alfinyahu: A HISTÓRIA DA PSICOTERAPIA

A HISTÓRIA DA PSICOTERAPIA


INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA PSICOTERAPIA

Durante milênios, as pessoas tentaram identificar a essência do espírito, da alma e da mente que caracteriza o homem e constitui sua identidade. As respostas abrangem um amplo campo da fisiologia à psicologia, a influência das experiências precoces e da educação.
O estudo da psicologia, que se originou da filosofia no século XIX, dedicou-se a responder perguntas referentes à formação da individualidade, ao processo de aprendizado e da razão, à discussão do conhecimento inato e da mente como uma página em branco, do livre-arbítrio e do equilíbrio da natureza e da educação na formação da personalidade.
A psicoterapia é um termo geral usado para descrever o processo de tratamento de distúrbios psicológicos e sofrimento mental pelo uso de técnicas psicológicas através da fala. Durante este processo, um psicoterapeuta treinado ajuda o cliente a resolver problemas específicos ou gerais, tais como uma doença mental em particular ou uma fonte de estresse na vida.
Etimologicamente, psicoterapia significa ?tratamento da alma?. O médico escocês James Braid (1795-1860) foi um dos primeiros a utilizar o termo, além de ser o criador da palavra ?Hipnotismo?, que com o passar dos tempos, popularizou-se como "Hipnose", que significa ?estado de sono?.
A palavra psicoterapia tem origem grega. Psyche significa mente e therapeuein curar. Trata-se de uma terapia cuja finalidade é tratar questões relacionadas à mente e problemas psicológicos como depressão, ansiedade, dificuldades no relacionamento, problemas com filhos, no trabalho, entre outros.
A Psicoterapia têm suas origens na Psicanálise e surgiu quando alguns psicanalistas e teóricos da época de 1930 começaram a discordar de algumas posições de Freud, no que diz respeito à teoria e técnica. (GILLIÈRON, 1983/1986). Dentre elas, principalmente, no que diz respeito a atitude do terapeuta no processo, tais como: a postura ativa do terapeuta em contraposição à neutralidade e passividade do psicanalista tradicional e a maior flexibilidade contra a cristalização da técnica que imperava sobre a Psicanálise nos anos 40
A Psicoterapia é um método terapêutico, uma aplicação dos conhecimentos de diversas áreas da Psicologia (Psicologia do Desenvolvimento, Psicopatologia, etc) na construção de uma prática  também conhecida como Psicologia Clínica.
A psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir, como transtornos psicopatológicos, distúrbios psicossomáticos, traumas, crises existenciais, conflitos interpessoais, estados de sofrimento etc.
A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento e amadurecimento, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos e transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um.
A Psicoterapia oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões relacionamento interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos, favorecendo a ocorrência de inúmeras doenças e sofrimentos.
Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida, oferecendo um espaço de aprendizado, com instrumentos e conhecimentos que podem ajudar na orientação e condução da vida. Esta função torna-se fundamental em situações de desestruturação decorrente de crises ou casos de imaturidade psicológica, quando a pessoa se sente verdadeiramente inapta para lidar com os enfrentamentos e dificuldades em sua vida.
A história da psicoterapia é relativamente recente. Na verdade, não podemos falar dela propriamente até o último quarto do século XIX, quando a doença mental foi desvinculada das concepções sobrenaturais.
Entretanto, nesse meio tempo, a sociedade sempre teve interesse em explicar alguns fenômenos que ocorriam nas pessoas, para os quais não se conseguia encontrar uma causa biológica clara.
Se voltarmos aos primórdios mais distantes, as sociedades tribais falavam de almas que estariam presentes em todos os objetos naturais. Eles acreditavam no animismo e pensavam que a doença era um fenômeno de possessão realizado por uma alma estranha.
Os métodos dos quais dispunham até então eram as cerimônias para a recuperação daquela alma perdida, exorcismo, confissões e incubação.

Os primórdios da psicoterapia na Grécia Antiga


Um pouco mais tarde, na Grécia e no velho mundo, encontramos a origem da psicoterapia contemporânea e de seu pensamento racional, assim como da filosofia e da medicina.
Neste contexto, Aristóteles distingue os diferentes usos da palavra ensalmo. Era uma palavra persuasiva de acordo com a qual o ser humano muda.
Platão apontou os efeitos benéficos de um belo discurso sobre a alma e o corpo. Algumas de suas observações sobre as paixões, os sonhos e o inconsciente parecem ser antecedentes do pensamento freudiano.
Não podemos deixar de mencionar Hipócrates e Galeno.
O Corpus Hipocraticum é um dos marcos da medicina moderna. Hipócrates relacionou as doenças com estados do organismo e postulou a existência de quatro humores corporais associados a um temperamento, a saber: sangue-sanguíneo, fleuma-fleumático, bílis amarelo-colérico e bílis negro-melancólico.
Galeno, por outro lado, desenvolveu postulados hipocráticos e estabeleceu uma distinção entre as coisas sobrenaturais, as naturais e as não naturais.

A história da psicoterapia na Idade Média
Na Idade Média, a Igreja considerava a doença mental como um produto da vontade do diabo. A confissão era o veículo da cura.
Mais tarde, no Renascimento, autores como Pinel, que introduziu o tratamento moral para os doentes mentais, começaram a se destacar. Esses pacientes passaram a ser humanizados, e a doença passou a adquirir uma concepção otimista.
Como já comentamos, a psicoterapia aparece como tal no século XIX. Cobbe usou o termo “psicoterapêutico” em um artigo no qual defendeu o papel da fé na cura. Nesta fase, um elemento-chave era o fato de isolar doenças para as quais uma lesão anatômica não podia ser encontrada.
Por outro lado, o mesmerismo foi descartado e a hipnose passou a ser vista como um procedimento aceitável. A sugestão hipnótica se tornou o procedimento terapêutico mais comum.
A origem da hipnose pode ser situada no magnetismo animal de Van Helmont. Messmer seria seu principal representante. Acreditava-se que um fluido físico preenchia o Universo e que o desequilíbrio desse fluido causava doenças. A cura seria alcançada ao reequilibrar esse fluido.
Dessa corrente surgiram seguidores (os “fluidistas”) e opositores (os “animistas”). O Marquês de Puysegur era um dos animistas. Ele usou a hipnose como um “sonambulismo artificial”, com o qual permitia ao paciente recuperar memórias que não conseguiria obter fora daquele estado.
Mais tarde, Braid cunhou o termo hipnose e o definiu como um sonho nervoso. Posteriormente e com base nesses avanços, surgiram as escolas de Nancy, com Liébault e Berheim como representantes.
Eles abandonaram a hipnose criando o mesmo estado, mas em vigília. Esse estado foi, então, chamado de “psicoterapia”.
Em 1895 um neurologista vienense chamado Sigmund Freud publicou com Breuer a obra Estudos sobre a histeria. Com ela, eles desenvolveram o método catártico, aplicado à paciente Ana O.
Posteriormente, desenvolveram a associação livre, por meio da qual o paciente se deitava em um divã e conversava livremente sobre algum assunto de sua biografia.

Desenvolvimento até a atualidade
Depois da psicanálise, surgiram diversas abordagens alternativas, como a de Carl Rogers, mais centrada na pessoa. Posteriormente, o behaviorismo foi apresentado como uma ferramenta que entendia os transtornos como aprendizagem.
No entanto, somente nos anos 60 e 70 a terapia comportamental se consolidou com autores como Skinner e Wolpe.
Além disso, surgiram modelos como a Psicologia Humanista liderada por Maslow e sua pirâmide de necessidades, e o Modelo Sistêmico, aplicado principalmente à terapia familiar.
Por outro lado, os modelos cognitivos apareceram como evolução das teorias comportamentais baseadas na aprendizagem. Seus representantes são Beck, Ellis, Mahoney e Meichembaum.
Por fim, a partir da década de 90, as Terapias de Terceira Geração começam a emergir. Elas envolvem o retorno ao behaviorismo radical, levando em consideração a parte cognitiva, mas sem tentar modificar seu conteúdo, como os racionalistas faziam, e sim focando-se na relação do paciente com essa parte.
O que está claro hoje em dia é que a psicoterapia é mais eficaz do que o não tratamento, mas que não seria possível estabelecer diferenças significativas entre as diferentes abordagens, e que elas deveriam ser consideradas equivalentes.

Algumas aplicações da psicoterapia
A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da pessoa, com resultados evidentes em diversas situações como:
tratamento de transtornos psicológicos como transtorno do pânico, fobias, transtorno dissociativo, depressão, anorexia, estresse pós traumático etc.
tratamento de transtornos de personalidade  como transtorno borderline, transtorno esquizóide, transtorno paranóide, etc
trabalho sobre conflitos pessoais, conjugais, familiares, interpessoais e grupais que podem produzir ou contribuir para o sofrimento psicológico.
elaboração de crises existenciais, de transições difíceis (luto, crises profissionais, etc) e dificuldades nas mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc.)

A Psicoterapia pode trazer enormes benefícios como: 
desenvolvimento da capacidade de autogerenciamento, ensinando a dialogar com os estados internos, a regular os estados emocionais e adquirir autonomia.
desenvolvimento da capacidade de auto-observação, auto-reflexão e mentalização
sair dos padrões estereotipados e criar novas narrativas de si,novos modos de compreender e conduzir a própria vida
desenvolver habilidades interpessoais como capacidade empática – saber se colocar no lugar do outro -, capacidade de comunicação,  assertividade, resolução de conflitos, etc. 
fortalecimento psicológico – ampliação da resiliência –  para aumentar a tolerância e a capacidade de crescer com as dificuldades que a vida apresenta.
favorecer um estado de saúde integrado, físico, psicológico e social.
auxiliar na busca de um sentido existencial para a vida
amadurecimento psicológico

Os tipos de psicoterapia
Há alguns tipos de psicoterapia, conforme as necessidades e a configuração dos problemas, sendo os principais:

Psicanálise
A psicoterapia psicanalítica foi fundada por Sigmund Freud. De acordo ele, as pessoas podiam ser curadas tornando conscientes seus pensamentos e motivações inconscientes. O objetivo da terapia é trazer à tona emoções e experiências reprimidas, de forma a tornar o inconsciente em consciente. Ela é capaz de tratar transtornos e perturbações psicológicas, como a depressão e a ansiedade. No tratamento, é possível resolver tanto os sintomas, como a causa geradora. O objetivo da psicanálise é facilitar o processo de cura e reabilitação dos pacientes. O foco da psicanálise está no subconsciente, e seus métodos envolvem a livre interpretação de ideias, interpretação dos sonhos e análise de atos falhos.

Psicoterapia Junguiana/Analítica
Na psicoterapia junguiana, o psicólogo monitora o universo simbólico, focando a terapia nos sonhos. Nesse caso, há um diálogo entre o consciente e o inconsciente, o que ajuda na transformação e na ampliação de um olhar interior do paciente. O terapeuta nesse tipo de psicoterapia leva em consideração que o inconsciente não contém influências somente da individualidade humana, como também do coletivo. A psicologia analítica reitera que o meio externo pode alterar os rumos de sua vida, assim como criar tendências de comportamento.
Psicoterapia Lacaniana
Na técnica da psicoterapia lacaniana, idealizada pelo estudioso Jacques Lacan, o paciente discorre sobre tudo aquilo que o incomoda no dia a dia. Nessa terapia, o psicoterapeuta quase não intervém na fala do paciente, deixando-o discorrer sobre o assunto de forma livre. Nesse caso, o psicólogo escuta o que o paciente tem a falar, mas também fica atento às entrelinhas.
Psicoterapia Cognitivo-Construtivista
Durante a psicoterapia cognitivo-construtivista, o paciente é incentivado a analisar pensamentos e emoções negativas. Para o avanço do tratamento, é necessária a construção de uma consciência emocional, que faz com que o indivíduo crie independência psicológica, sendo capaz de lidar com seus sentimentos.
Psicoterapia cognitivo-comportamental
A psicoterapia cognitivo-comportamental visa identificar e mudar padrões de pensamento e comportamento que são prejudiciais ao bem estar. O objetivo é substituir estes comportamentos sabotadores por ideais saudáveis. Normalmente a técnica envolve o aprendizado de novas habilidades sociais.

Psicodrama
O psicodrama precisa do coletivo para acontecer. Um grupo encena emoções e situações na vida dos pacientes, e interagem um com os outros para trabalhar questões pessoais. A técnica promove a espontaneidade dos sentimentos, produzindo insights transformadores. A comunicação verbal e não verbal é utilizada nessa modalidade de psicoterapia.
Terapia Interpessoal
A psicoterapia interpessoal é um tratamento a curto prazo. Ela ajuda os pacientes a entender problemas interpessoais que estejam causando malefícios para suas rotinas, como por exemplo, lutos não vivenciados, mudança de papéis sociais ou profissionais, conflitos com pessoas importantes para o vínculo social, e confrontos externos no geral. A terapia interpessoal é uma boa ferramenta para a criação de formas saudáveis de expressar as emoções e melhorar a comunicação com os outros. Ela é comumente utilizada para tratar a depressão.
Hipnoterapia
A psicoterapia por hipnose é capaz de introduzir ideias construtivas no subconsciente. Se feita de maneira correta, ela pode auxiliar na alteração de padrões de comportamento, pensamento, e sentimento.

Psicoterapia por EMDR
A psicoterapia por EMDR é relativamente nova, pois teve seu início no final dos anos 80. O método faz com que ocorra a dessensibilização e o reprocessamento de vivências através da estimulação dos dois hemisférios do cérebro. Ao contrário de outros tratamentos que focam em alterar as emoções, pensamentos e respostas advindas de experiências traumáticas, a psicoterapia por EMDR foca diretamente na memória, e é aplicada com o objetivo de alterar a forma que as lembranças são armazenadas em nosso cérebro, reduzindo e eliminando sintomas prejudiciais ao bem estar.
Fenomenologia
Segundo a psicóloga Ana Lia Clerot, a psicoterapia por fenomenologia procura compreender a vivência dos pacientes no meio social e também suas percepções do mundo que os cerca.
Psicoterapia Regressiva
A psicoterapia regressiva utiliza a hipnose para acessar memórias do passado que estejam causando mal no presente. Essas lembranças desencadeiam sintomas prejudiciais ao bem estar, e o papel desse procedimento é fazer com que o paciente analise, compreenda e supere acontecimentos não resolvidos do passado.
Psicoterapia comportamental dialética
A psicoterapia comportamental dialética ajuda o paciente a regular suas emoções. É frequentemente utilizada para tratar pessoas com pensamentos suicidas e outros distúrbios psicológicos, como os alimentares e o estresse pós-traumático. Ela cria novas habilidades sociais nos pacientes, para que seja possível mudar comportamentos prejudiciais ou disruptivos.
Psicoterapia Infantil (Ludoterapia)
Psicoterapia voltada para as crianças, levando em consideração que quando elas brincam, expressam seus sentimentos e pensamentos.

Psicoterapia corporal
Idealizada por Wilhelm Reich, a psicoterapia corporal leva em consideração corpo e mente. Nessa vertente, considera-se que os distúrbios psíquicos e emocionais causam tensões musculares crônicas. Além da fala como ferramenta para a terapia, especialistas dessa área também trabalham a respiração do paciente, envolvendo processos de toque, massagem, expressão sonora, técnicas posturais e alongamentos em consultório, a fim de atingir o equilíbrio emocional e físico de quem passa por este procedimento.

Psicoterapia Gestaltista
Na psicoterapia Gestaltista, o psicólogo faz com que você tenha responsabilidade por si mesmo, agregando maior relevância para sua vivência individual. Nessa corrente, existe um menor foco em sintomas e acontecimentos passados, pois leva-se em consideração que o presente é o único período tangível. Sendo assim, a preocupação pela origem do problema é reduzida, já que o objetivo é compreender como os dias atuais lhe afetam, e como você pode alterar a realidade hoje.

Psicoterapia Breve
A psicoterapia breve é um tratamento a curto prazo, com tempo e objetivos definidos. Normalmente, é indicada para quem esteja passando por alguma crise emocional aguda, que necessite de melhora imediata.
Na psicanálise, a postura do especialista costuma ser neutra e passiva. Já na psicoterapia breve, o terapêuta se expressa de maneira ativa, e intervém nas falas do paciente constantemente, visando um tratamento mais intensivo que traga melhorias em um período pré-determinado.

Psicoterapia em grupo


Na psicoterapia em grupo, se formam rodas de conversas, onde as pessoas podem trocar experiências, identificando-se com as questões alheias. O psicólogo atua como mediador dessa conversa, e os participantes da terapia motivam-se entre si para enfrentar seus problemas.
Psicoterapia em casal
Casais que buscam a psicoterapia conjunta tem o objetivo de resolver conflitos no relacionamento, visando a melhora da qualidade de vida. As expectativas de cada um acerca da relação são expostas em terapia, para que ambas as partes cheguem a um acordo, sem a ocorrência de frustrações e mágoas.

Críticas à Psicoterapia
Uma das principais críticas levantadas contra a psicoterapia é aquela que põe em causa a sua eficácia. Em um estudo frequentemente mencionado, o psicólogo Hans Eysenck descobriu que dois terços dos participantes haviam melhorado ou recuperado por conta própria dentro de dois anos, independentemente de terem recebido psicoterapia.
Em uma meta-análise que analisou 475 estudos diferentes, os pesquisadores descobriram que a psicoterapia era eficaz em melhorar o bem-estar psicológico dos clientes. Em seu livro The Great Psychotherapy Debate, o estatístico e psicólogo Bruce Wampold relatou que fatores como a personalidade do terapeuta, bem como a sua crença na eficácia do tratamento desempenharam um papel no resultado da psicoterapia. Surpreendentemente, Wampold sugeriu que o tipo de terapia utilizada e a base teórica do tratamento não tem efeito sobre o resultado.

Para que serve a psicoterapia?
A psicoterapia é uma forma de ajudar as pessoas a lidarem com uma série de problemas psicológicos ou dificuldades emocionais. A psicoterapia pode auxiliar na eliminação ou no controle de sintomas que possam prejudicar nossa vida. Muitas vezes, nos sentimos tristes, irritados ou ansiosos em níveis desproporcionais, e acabamos tendo diversas áreas de nosso cotidiano afetadas.
Nossos relacionamentos afetivos e profissionais ficam comprometidos quando não estamos nos sentindo bem, e nossa autoimagem é uma das primeiras a serem prejudicadas. Isto acarreta em uma diminuição de nosso bem-estar, o que consequentemente pode vir a se tornar uma condição patológica para nossa mente.
É neste momento que a psicoterapia pode ser útil. Em consultório, é possível sentir-se acolhido por alguém que está disponível para nos ajudar com nossos problemas. E com as reflexões promovidas pela psicoterapia, adquirir um maior autoconhecimento e assertividade acerca de nossas escolhas torna-se uma tarefa menos árdua.

Motivos para fazer psicoterapia:
É essencial ter alguém em quem confiar e com quem se possa dividir os problemas vivenciados. Compartilhar ajuda a aliviar a carga emocional e consequentemente se sofre menos.
O processo terapêutico produz a formação de um vinculo afetivo. Trata-se de uma relação de ajuda, compreensão e apoio. É mais fácil vivenciar situações difíceis e lidar com sentimentos ruins através de uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho.
A psicoterapia funciona como um ponto obrigatório para se parar e refletir sobre a própria vida. O psicólogo, através de seu conhecimento, consegue identificar o que pode estar errado em sua vida. O profissional apontará ainda, a direção na qual você está seguindo e quais mudanças são necessárias.
O psicólogo verá sua vida com olhar e perspectiva diferente de você. Assim, o psicoterapeuta te ajudará a enxergar as situações de uma forma que antes, sem ajuda, você não conseguia enxergar.
A psicoterapia é um espaço de liberdade, onde você pode ser quem realmente é e falar sem medo sobre aquilo que sente. O terapeuta está ali para te ouvir, compreender, ajudar e não para te julgar.
Sempre que necessário procure a ajuda de um profissional.
Cuidar da nossa saúde mental e emocional deve ser um hábito como qualquer outro em nossas vidas.

Duração do tratamento

A duração da psicoterapia irá depender de diversos fatores: O tipo de problema ou distúrbio emocional, as características e o histórico do paciente, as metas do tratamento, e a velocidade em que a pessoa faz progresso na terapia.
Algumas pessoas sentem-se aliviadas após uma única sessão de psicoterapia. Ter contato com um psicólogo pode lhe oferecer novas perspectivas de vida, ajudando você a ver as situações de maneira diferente, além de oferecer alívio para dores emocionais.
A maioria das pessoas pode ser beneficiada após algumas sessões, especialmente se não passou muito tempo lidando com a questão sozinha. E mesmo que o seu conflito emocional não vá embora após algumas sessões, é possível que você se sinta confiante por ter feito algum progresso ao aprender novas formas de lidar com suas dificuldades.
Pessoas que sofreram traumas, têm diversos conflitos, ou que não sabem exatamente a causa de sua infelicidade, podem passar mais tempo realizando o tratamento. É importante não desanimar-se, pois resultados duradouros vêm com tempo.

Mas, os terapeutas preferem não fixar um tempo. Afinal, o paciente pode alcançar bons resultados já em cinco consultas, assim como os benefícios do tratamento podem levar meses ou anos para serem alcançados. Depende de cada caso.
Existem linhas de psicoterapia que também são seguidas pelos terapeutas e que têm tempos de reação e resultados diferentes, influenciando na duração do tratamento.
Fobias simples, sensação de impotência e questões relacionadas a traumas específicos costumam demandar tempos menores para alcançar os resultados desejados.
Por outro lado, existem doenças mais graves que podem levar anos para alcançar o objetivo, tais como os traumas que atingem as vítimas de abuso sexual ou físico, transtornos de personalidade ou bipolaridade.
Mesmo durante a terapia, existem períodos em que o tratamento avança rapidamente e outros em que parece estar estacionado, dependendo do ponto em que o paciente está sendo trabalhado.
Outro fator que pode interferir no tempo de tratamento é a periodicidade das consultas.
Na maioria das vezes se aplica o modelo de duas consultas por semana, mas pode variar de acordo com a disponibilidade e necessidade do paciente e a linha psicoterapêutica que está sendo seguida.
O tempo de reação à terapia por parte do paciente é fator importante na duração necessária de tratamento. Na maioria das vezes é ele quem determina o tempo e os procedimentos ao longo do tratamento, até o atingimento dos resultados desejados.
Se o que o paciente busca é apenas uma avaliação psicológica, o resultado pode ser alcançado em cinco sessões. Já se a necessidade é de acompanhamento para um transtorno ou dificuldade de comportamento poderá se prolongar um pouco mais.
Em fim quando os resultados desejados são alcançados, a terapia já pode ser finalizada. Mas isso deve ser avaliado entre psicólogo e paciente para que realmente se confirme de que o tratamento pode chegar ao fim e que o paciente se sente confortável com esta decisão.

CONTINUA

SHALOM ADONAY  

José Alfinyahu, Teólogo, Parapsicólogo, Psicanalista, Professor, Th.M em bíblia e Th.D em Teologia Sistemática.

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