José Alfinyahu: CONHECENDO AS NEUROSES

CONHECENDO AS NEUROSES

CONHECENDO AS NEUROSES
CONHECENDO AS NEUROSES
A NEUROSE 
A neurose é conhecida também como psiconeurose ou distúrbio neurótico, refere-se ao desequilíbrio mental que causa angústia e ansiedade, mas ao contrário da psicose, a neurose não impede ou afeta o pensamento racional e está atrelada ao campo psicanalítico.
Transtornos psíquicos são mais comuns do que se pode imaginar. As neuroses fazem parte da personalidade de muitas pessoas, mas ela pode e deve ser tratada. Ninguém deve viver com esse sofrimento, já são muitos os problemas naturais da vida. Portanto, não deixe a neurose se instalar em sua mente.
A neurose deriva seu nome do grego e significa nervo. Os sinônimos são transtorno neurótico e psiconeurose. Os nomes coletivos do grupo de doenças funcionais nervosas de transtornos psicogênicos (neurose histérica, neurastenia, transtorno obsessivo-compulsivo) tendem a ser prolongados. O quadro clínico destes distúrbios tem manifestações astenicas, obsessivas e também histéricas. A doença é caracterizada por uma diminuição no desempenho mental, bem como físico.
Neuroses são transtornos da afetividade que levam as pessoas a experimentar sentimentos e reações motoras incomuns e/ou incontroláveis, com perfeita conservação do juízo de realidade. Assim, um neurótico fóbico pode sentir intenso medo ante uma situação ou um objeto que ele saiba não representar nenhum perigo. Isto quer dizer que os neuróticos percebem e julgam a realidade como todo mundo, mas reagem a ela de forma diferente. Essa característica os distinguem dos psicóticos, que exibem uma alteração do juízo de realidade. Em termos clínicos isso significa que os psicóticos em geral apresentam delírios e os neuróticos não.
O termo neurose foi cunhado pelo médico escocês William Cullen (1712-1790) para descrever uma série de afecções nervosas inespecíficas, que ele julgava serem orgânicas, mas se popularizou com as teorias de Sigmund Freud e C. G. Jung, para descrever quadros psicológicos. O reconhecimento dessas síndromes, no entanto, é muito mais antigo.
O que até a década de 80 do século passado se tratava como neurose acha-se hoje diluído em várias outras denominações. O DSM III (Diagnostic and Statistic Manual) da Associação Psiquiátrica Americana, de 1980, e o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 1993, aboliram, embora parcialmente, o termo “neuroses” e o substituíram por “transtornos”: transtorno fóbico-ansioso, transtorno obsessivo-compulsivo (que passou a ser conhecido como TOC), transtorno dissociativo (de conversão), transtorno somatoforme, distimia e determinados tipos de depressão, e neurastenia. O DSM IV aboliu o termo "neurose" completamente. Com isso, o que aconteceu não foi apenas uma mudança terminológica, mas a passagem de um enfoque realmente nosológico para outro meramente descritivo. O termo neurose, no entanto, ainda está firmemente arraigado na consciência das pessoas e só com o tempo poderá ser desprezado no uso comum.
Em todas as neuroses devem-se distinguir os sintomas, que são formações psíquicas esdrúxulas, irrazoáveis e incontroláveis, do caráter neurótico, que é o feitio assumido pela personalidade e ao qual costuma-se nomear de maneira concordante com os sintomas: caráter fóbico, histérico, obsessivo etc.
Depois de exposto talvez haja alguém que diga: Mas, o que é Neurose:
Neurose é um quadro psiquiátrico que caracteriza-se por dificuldades de adaptação por parte do indivíduo, embora este seja capaz de trabalhar, estudar, envolver-se emocionalmente e estar bem entrosado com a realidade.
Uma pessoa neurótica está permanentemente em conflitos psíquicos que a impedem de aproveitar a existência de forma prazerosa.
A neurose geralmente tem início na infância e acompanha a pessoa por toda a vida, com grande indicação de psicoterapia para o seu tratamento.

NEUROSE E A PSICANÁLISE
De acordo com a psicanálise, a maioria das pessoas é afetada de alguma forma pela neurose, seja a partir de uma angústia ou ansiedade, alguma expectativa desagradável ou ainda um medo sem causa, indefinível, mas que toma o sujeito completamente.
Como doença a neurose representa uma variedade de condições psiquiátricas, nas quais a angústia emocional ou conflito inconsciente são expressados através de várias perturbações que podem ser físicas, fisiológicas e/ou mentais. O sintoma definitivo é ansiedade. Tendências neuróticas são comuns e podem se manifestar como depressão, ansiedade aguda ou crônica, tendências obsessivas-compulsivas, fobias e até desordens de personalidade. Neurose não deve ser confundida com psicose, a qual refere-se à perda de contato com a realidade.
O termo conota uma doença ou desordem real, porém sob sua definição geral, a neurose é uma experiência humana normal. Segundo a psicanálise, a maioria das pessoas é afetada pela neurose de alguma forma. Um problema psicológico desenvolve quando a neurose começa a interferir com o funcionamento normal do indivíduo, causando ansiedade. De acordo com a teoria da psicanálise, neurose pode ter raízes nos mecanismos de defesa do ego, porém os 2 conceitos não são sinônimos. Mecanismos de defesa são uma forma normal de desenvolver e manter um sentido consistente de si mesmo (ego), enquanto somente aqueles com pensamentos e comportamentos que produzem dificuldades para viver devem ser classificados como tendo neurose.

NEUROSE FÓBICA 
O sujeito exterioriza sua angústia através das fobias. Ocorre a fixação da angústia sobre situação ou objeto específico, mantendo um comportamento de evitação do objeto que teme, em uma tentativa de fuga daquilo que ele representa.

NEUROSE DE ABANDONO
Denominação introduzida por psicanalistas suiços (charles Odier, Germaine Guex) para designar um quadro clínico em que predominam a angústia do abandono e a necessidade de segurança. Trata-se de uma neurose cuja etiologia seria pré-edipiana. Não corresponderia necessariamente a um abandono sofrido na infância. os sujeitos que apresentam esta neurose chamam-se "abandônicos".

NEUROSE HISTÉRICA DISSOCIATIVA
Reação histérica em o que o paciente se defende de seus conflitos por meio de dissociação: confusão, personalidade múltipla, amnésia, etc.

NEUROSE DE ANGÚSTIA
Tipo de doença que Freud isolou e diferenciou:
Do ponto de vista sintomático, da neurastenia, pele predominância da angústia (espera ansiosa crônica, acessos de angústia ou equivalentes somáticos desta);
Do ponto de vista etiológico, da histeria. A neurose de angústia é uma neurose atual, mas especificamente caracterizada pela acumulação de uma excitação sexual que se transformaria diretamente em sintoma, sem mediação psíquica.

NEUROSE DE DESTINO
Designa uma forma de existência caracterizada pelo retorno periódico de encadeamentos idênticos de acontecimentos, geralmente infelizes, encadeamentos a que o sujeito parece estar submetido como a uma fatalidade exterior, ao passo que, segundo a psicanálise, convém procurar as suas causas no inconciente, e especificamente na compulsão à repetição.
Qualquer que seja o tipo das neuroses que estão lhe encomodando estamos prontos para atender a sua necessidade, livrando você destas e de outras neuroses que possam surgir.

NEUROSE DE CARÁTER
Conceito psicanalítico que descreve os traços de caráter umas vezes como derivações de fases do desenvolvimento (caráter oral ou anal) e outras vezes como análogos de sistemas particulares (caráter histérico ou obsessivo).
Os sinais da neurose de caráter são considerados como sendo intermediários entre traços normais de caráter e sintomas neuróticos. O termo não é o mais adequado, uma vez que pode incluir qualquer transtorno da personalidade e do comportamento.

NEUROSE DE COMPENSAÇÃO
Neurose de compensação são sintomas psiquiátricos induzidos, exacerbados ou prolongados devido a políticas sociais ou socioculturais. É diferente da "compensação" enquanto processo psicológico.
Pode ocorrer entre vítimas de acidente que estão em litígio para conseguir compensação legal, veteranos de guerra que pedem pensões ligadas ao serviço e pacientes psiquiátricos que procuram benefícios por incapacidade junto ao seguro social.
É frequente sobretudo em sociedades que têm seguros por acidentes, encapacidade e invalidez, pensões especiais para veteranos de guerra e indenizações para trabalhadores.

NEUROSE DEPRESSIVA
Neurose depressiva é a ausência de sintomas ou sinais de depressão endógena, devido a sua relação causal com uma determinada situação ou evento estressante e também pela sua ligação com um padrão de personalidade mal-adaptativo.

NEUROSE E PSICOSE
Psicose é um transtorno mental de origem orgânica ou emocional, em que a capacidade para pensar, responder emocionalmente, lembrar, comunicar, interpretar a realidade e se comportar de forma apropriada está consideravelmente prejudicada, ao ponto de interferir substancialmente com a capacidade de atender as demandas comuns da vida.
Já na neurose, o indivíduo tem uma dificuldade de adaptação causada por conflitos psíquicos que o impedem de viver prazerosamente. Porém, este é capaz de trabalhar e relacionar-se com outras pessoas de forma apropriada, estando bem ciente da realidade.​

NEUROSE OBSESSIVA
Para Freud (1926), o neurótico obsessivo utiliza-se de duas técnicas substitutivas ao recalcamento: o “tornar não acontecido” e o “isolar”. Na primeira delas, o sujeito tenta dissipar o acontecimento como se nunca houvesse acontecido. A compulsão à repetição tem uma explicação segundo essa técnica, já que tornando o evento não acontecido, ele é repetido para que, na segunda, terceira vez, aconteça da maneira como o sujeito deseja. Já o “isolamento” é representado por uma pausa logo após o acontecimento. Essa pausa é importante, pois destitui a vivência de afeto. Ou seja, o acontecido não é esquecido, mas isolado de sua carga afetiva e de qualquer relação associativa. Na história do “Homem dos Ratos”, um dos primeiros acontecidos que ele conta a Freud, são suas experiências com a sexualidade na infância. Lembra do que aconteceu, porém sem afetos, como se tudo o que aconteceu fosse bastante racionalizado. Um exemplo de “tornar não acontecido” também aparece no “Homem dos Ratos”, quando o sujeito suprime o fato de que haviam lhe dito que a dívida deveria ser paga diretamente nos correios. Já que ele acha que se pagar a dívida, o castigo dos ratos acontecerá com a dama, precisa dificultar ao máximo esse pagamento e, pagá-lo aos correios, seria extremamente simples. E, a partir dessas técnicas substitutivas, surge o sintoma.
Manifestações
É possível distinguir três tipos de manifestações.
As ideias obsessivas caracterizam-se por serem injustificadas, constantes e atormentadoras. O conteúdo é muito variável: temas religiosos, de natureza física ou espiritual, metafísicos, a preocupação pela proporção e ordem das coisas, o decorrer do tempo... Em qualquer caso, o que mais sobressai nestas ideias é a predominância da dúvida em detrimento das respostas e soluções práticas.
Os receios obsessivos, igualmente injustificados e persistentes, podem manifestar-se após qualquer situação interpretada como sinal de mau augúrio, como é o caso de uma pequena ferida que pode infectar, agravar, provocar uma doença grave, pôr em perigo a vida...
Os atos compulsivos consistem em rituais complexos, elaborados e supersticiosos, realizados com o intuito de prevenir situações de perigo, e consistem em excessivas verificações, em lavar as mãos com uma frequência exagerada ou realizar sistematicamente vários gestos ao passar por um determinado sítio.
Evolução
Caso as manifestações sejam ligeiras e desencadeadas por circunstâncias pontuais, o prognóstico costuma ser favorável. Por outro lado, quando as ideias, receios e actos obsessivos são intensos, podem captar toda a energia do paciente, perturbando progressivamente a realidade pessoal.

NEUROSE HISTÉRICA
A neurose histérica, ou simplesmente histeria, caracteriza-se pela existência de alterações transitórias da consciência, tais como períodos de amnésia ou perda de memória, e por diversas manifestações sensitivas ou motoras, igualmente passageiras e perturbadoras, tais como tiques, perda da sensibilidade cutânea, paralisia dos membros, cegueira ou convulsões.
O problema, muito mais frequente nas mulheres do que nos homens, costuma afectar pessoas com personalidade histérica, ou seja, uma personalidade caracterizada por uma forte tendência para ser o centro das atenções, para seduzir e sensualizar as reacções afectivas e sociais, teatralizar os conflitos e manipular ou confundir a realidade. Um outro traço importante deste tipo de personalidade é um evidente poder de auto-sugestão, o que torna estes indivíduos vulneráveis e dependentes nas relações pessoais, podendo perturbar-lhes as suas percepções sensoriais.
Por outro lado, do ponto de vista psicológico, considera-se que a histeria possa ser provocada por conflitos vividos ao longo da infância, os quais tenham sido reprimidos e posteriormente esquecidos, mas que são, alguns anos mais tarde, inconscientemente activados perante determinadas situações. De acordo com esta perspectiva, estas manifestações também poderiam provocar um efeito secundário benéfico ao paciente, pois desta forma poderiam conseguir iludir certas responsabilidades ou receber mais atenção das pessoas que o rodeiam.
Manifestações
A histeria permite vários tipos de manifestações psíquicas e físicas que se costumam evidenciar sob a forma de episódios passageiros. As manifestações mentais mais comuns são os episódios denominados acidentes psíquicos, de perdas da memória de uma determinada época da vida, de situações de multiplicação da personalidade, de estados de sonambulismo, de crises de perda da consciência e de alucinações. As manifestações físicas, sob a forma de episódios designados acidentes somáticos, podem afectar o funcionamento de todos os órgãos ou sistemas e correspondem a fenómenos tão diferentes como perdas da mobilidade ou contraturas musculares de um membro, crises de dor abdominal, estados de cegueira passageira ou perdas da sensibilidade cutânea.
Evolução
Embora a personalidade histérica seja crónica, por definição, a neurose histérica não se costuma prolongar por muitos anos, excepto nalguns casos em que predominam as manifestações físicas.

A NEUROSE SAUDÁVEL
Se é que podemos dizer que existe uma neurose que seja saudável, entretanto, existe um conceito de “neurose saudável” foi proposto no ano 2000, que é baseado em um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Apesar de não saberem o motivo, os cientistas acreditam que a instabilidade emocional pode levar as pessoas a procurarem atendimento médico com mais frequência. Assim sendo, esta atitude resultar em diagnósticos precoces e tratamentos mais efetivos em casos de doença.
Segundo os pesquisadores da neurose saudável, o estudo mostra que o relacionamento varia com a forma como as pessoas classificam sua saúde. Porque, quando as pessoas se consideravam muito saudáveis não veem motivo de procurarem um médico, entretanto, o fato de serem neuróticas muda esta atitude e o benefício. Afinal, entre as pessoas que classificaram sua saúde como razoável ou ruim, a neurose parece ter um pequeno efeito protetor contra a morte prematuro devido o fato da procura por ajuda.
O que significa que as tendências a hábitos não saudáveis, como fumar, consumir álcool em excesso, ser sedentário e alimentar-se mal, por exemplo, podem ser maiores entre pessoas emocionalmente instáveis. Entretanto, segundo o estudo da neurose saudável, a neura da uma maior preocupação ou vulnerabilidade não leva as pessoas a se comportarem de forma mais saudável, mas o caso delas sempre estarem no médico pode evitar uma morte súbita ou precoce.
Assim sendo, o estudo mostrou também que os participantes que atingiram os maiores níveis relacionados a preocupação e sentimento de vulnerabilidade tinham um menor risco de morrer, independentemente de como se sentiam.
Após seis meses de estudo e levantamento, os cientistas descobriram que níveis mais altos de neurose estavam associados a um menor risco de morte prematura.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, analisaram dados de mais de 500.000 pessoas, entre os 37 e 73 anos de idade, que responderam a perguntas sobre comportamento, condições de saúde e como se sentiam. Eles também completaram avaliações de personalidade para definir qual era o nível de instabilidade emocional de cada um.
Os estudos apontaram ainda que entre os que se consideravam frágeis ou menos saudáveis do que o normal, aqueles que atingiram níveis mais altos de instabilidade emocional eram menos propensos a morrer mais cedo, principalmente de câncer, isto em comparação dàqueles com níveis menores de neurose.

NEUROSE INDUZIDA
A indução de uma condição “neurótica”em uma pessoa normal foi descrita primeiramente por Pavlov. Pavlov condicionou um cão a diferenciar entre um círculo e uma elipse. Ele começou apresentando ao animal o estímulo do círculo e imediatamente o alimentando. Quando esta resposta estava bem estabelecida, Pavlov apresentou o segundo estímulo, que consistia numa elipse com semi-eixos, na proporção de 2:1. A apresentação da elipse não era seguida por nenhum reforço; de forma que o cão aprendeu rapidamente a diferenciar entre os dois estímulos. Pavlov começou, então, a alterar a forma da elipse, de maneira a torná-la progressivamente mais circular (a proporção dos semi-eixos foi aumentada para 3:2, 4:3 e assim por diante). Quando a proporção chegou finalmente a 9:8, o cão começou a ter extrema dificuldade em fazer a distinção correta. O mais significativo nesta fase da experimentação, entretanto, era a mudança de comportamento que acompanhava a inabilidade do cão em responder corretamente.
O cão, até então, quieto, começou a ladrar, mexia-se sem parar, mordeu e dilacerou os instrumentos para a estimulação mecânica da pele, e avançou nos canos que faziam a ligação entre o quarto do animal e o lugar do observador – um comportamento não observado antes. Tendo sido levado para dentro do quarto de experiência o cão latia violentamente. (Pavlov, 1927 – págs. 290-291).
Pavlov usou o termo “neurose experimental” para descrever o comportamento que ele próprio induzira. Este importantíssimo estudo demonstra dramaticamente que uma condição neurótica pode ser estabelecida numa pessoa “normal”, quando essa pessoa é colocada numa situação altamente ambígua, na qual a descriminação apropriada se torna impossível. A neurose experimental foi realmente uma resposta aprendida e, como tal, sugeriu uma explicação alternativa à teoria psicanalítica da neurose, que precedeu a pesquisa de Pavlov.
Desde este estudo inicial, muitos pesquisadores demonstraram que as neuroses podem ser produzidas artificialmente, em animais ou seres humanos, por procedimentos experimentais. Russell apresentou uma revisão detalhada destes estudos e Wolpe deu continuidade à discussão de algumas conseqüências das neuroses induzidas experimentalmente. Dois pontos chaves emergem do conjunto de pesquisas que são essenciais ao propósito deste artigo:
a) É claro que uma condição neurótica ou padrão de comportamento podem ser induzidos num ser normal através da manipulação ambiental;
b) uma das maneiras pelas quais uma neurose experimental pode ser induzida é colocar o paciente numa situação tão ambígua que a discriminação de uma resposta correta ou apropriada se torna impossível. O cão de Pavlov imobilizou-se por sua inabilidade em responder corretamente, baseado num conceito ambiental altamente confuso. Os seres humanos não são imunes a um padrão de ansiedade semelhante e quando são expostos a situações de igual ambiguidade e opções impossíveis para responder.

SINAIS DE UMA NEUROSE
Os principais critérios, bem como os sinais pelos quais a neurose é identificada são: fatores de origem psicogênicos, bem como a descompensação de manifestações dolorosas, a ausência de sinais psicóticos, a ausência de demência, o aumento das mudanças de personalidade, a natureza dolorosa das manifestações psicopatológicas, a atitude crítica em relação ao paciente

SINTOMAS
Os sintomas de uma paciente que sofre de Neurose, seja lá qual for o tipo, são ansiedade, medo de ir a determinados lugares, medo de determinadas situações antes corriqueiras, depressão  e preocupação constante, histeria, fobias diversas, entre outros.
O paciente acometido por algum tipo de Neurose sofre constantemente de alterações comportamentais e de humor que provocam limitações no próprio jeito de ser e de levar a vida. Os sintomas aparecem muito rapidamente e precisam ser identificados na mesma velocidade para evitar que os medos, fobias e inconstâncias do paciente atrapalhe de alguma forma a sua vida pessoal, profissional ou afetiva.
Segundo os especialistas, os sintomas aparecem rapidamente e devem ser tratados com a mesma velocidade, para impedir que a pessoa seja prejudicada em sua vida afetiva, social e/ou profissional.
Os sintomas das neuroses são, geralmente, parecidos com os sintomas de outras enfermidades ligadas à mente. Os sintomas estão normalmente ligados ao excessivo e ao incontrolável. Eles variam de acordo com o tipo de neurose:

Angústia: o sintoma principal desta neurose é a angústia.
Obsessiva: a obsessão é o principal sintoma e o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) é uma de suas principais características.
Histérica: a histeria é muito estudada na psicologia e alguns personagens literários foram descritos como tal. O maior exemplo talvez seja a personagem Emma, protagonista do clássico Madame Bovary. As principais características desta neurose são conflitos entre o psicológico e a realidade. Estes conflitos podem causar reações orgânicas ao indivíduo que padece dela.
Fóbica: o sintoma principal é a fobia. Grande parte dos casos de neuroses encontram-se neste nicho. A fobia pode se caracterizar pelo medo de animais, sensações, lugares, etc.

CAUSAS DAS NEUROSES
Um fator importante que causa neuroses são conflitos humanos, internos e externos. Para o exterior, atribuímos o efeito de certas circunstâncias que causam trauma no plano psicológico, bem como sobretensão emocional prolongada e afetam a esfera intelectual da psique.
Neurose é a norma dos nossos dias e entrou firmemente em nossa vida desde a época de Freud. Atualmente, não há mais uma questão de autenticidade de sua existência, há uma questão em relação a uma pessoa em seu estado (neurose) e problemas mentais. Alguns ampliam seu sofrimento e os enobrecem, encontrando seu significado neles. E outros sofrem com eles todas as suas vidas conscientes, e também tentam mantê-los ignorados, ou a sua própria maneira de interpretar, mas mais frequentemente fogem deles no trabalho ou na religião, em outra pessoa, na fantasia, na doença, no álcool e então esquecem .
A neurose é atribuída a transtornos funcionais temporários do sistema nervoso, que ocorrem sob a influência de fatores agudos, bem como longitudinais, psicotraumáticos. As causas das neuroses são excesso de fadiga, fadiga ambiental, efeito da radiação, doenças graves transferidas.

Pavlov caracterizou a neurose como uma doença crônica com uma violação da maior atividade nervosa que surgiu após o excesso de esforço no córtex dos hemisférios cerebrais.
Outras teorias psicanalíticas consideram a neurose, bem como seus sintomas, a conseqüência do conflito psicológico profundo. Acredita-se que este conflito surge numa situação social e esta situação interfere na satisfação das necessidades básicas e também representa um perigo ou ameaça para o futuro da pessoa que ele está tentando, mas tampouco pode superar ou mudar.

Sigmund Freud acreditava que a origem da neurose é devido às contradições que surgiram por causa da atração instintiva (It) e da proibição do Super-I. Esta proibição representa a moral, bem como as leis da moral, que são colocadas no homem desde a infância.

Karen Horney argumentou que a neurose é uma defesa contra fatores sociais adversos. Isso pode ser a humilhação, o controle parental do amor, o isolamento social, o desprezo, bem como o comportamento agressivo dos pais em relação à criança. Para proteger de alguma forma, a criança tem uma espécie de proteção: das pessoas, depois se deslocam para as pessoas, bem como contra as pessoas. O movimento das pessoas é uma necessidade de liberdade, independência, longe das pessoas. O movimento para as pessoas inclui uma necessidade de amor, submissão, proteção. O movimento contra as pessoas é uma necessidade de glória, um triunfo sobre as próprias pessoas, em sucesso, em reconhecimento; é lidar com a vida de forma independente e ser forte.
Cada neurótico tem todos os três tipos, mas apenas um domina, então as pessoas que sofrem de uma neurose são divididas em separado, subordinado, agressivo.
Até à data, existem fatores psicológicos no desenvolvimento das neuroses, que são entendidos como características e condições do desenvolvimento da personalidade, bem como a educação, o nível de reivindicações e relacionamentos com a sociedade; e fatores biológicos, pelo que se entende a insuficiência funcional de certos sistemas neurofisiológicos, bem como neurotransmissores que tornam os doentes susceptíveis a influências psicogênicas

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico para a Neurose é feito com base na análise dos sintomas e alterações apresentados pelo paciente e através de exames de análise das funções cerebrais e comportamentais do paciente. Exames como o eletroencefalograma, que analisa as funções do sistema nervoso central, por exemplo, são extremamente importantes para se conseguir um diagnóstico seguro para esse tipo de doença.
Existe também uma serie de perguntas que visam ajudar no diagnostico, entretanto, não quer dizer estas perguntas ditam de fato a conclusão definitiva, sempre frisamos que haja uma avaliação por profissionais competentes nesta área. Segue o questionário:
Você tem medo de estar sozinho, sair de casa,
Você se sente diferente
Você frequentemente negligencia seus afazeres
Você já tentou o suicídio
Você precisa de tranquilizantes
Você assume mais responsabilidades do que pode?
Você vive tenso, incapaz de relaxar e não consegue dormir?
A tensão, ansiedade e preocupação afetam o seu trabalho?
Você sente que outras pessoas não o compreendem ou não compreendem seus problemas?
Você sente que outras pessoas “estão te olhando” quando você trabalha ou está em público?
Você se sente perseguido, sem haver motivos suficientes para que isto seja verdade?
Você acha que seu casamento ou relacionamento está em perigo?
Você tem problemas sexuais?
Você sente que a vida já não tem “sentido”?
Você fica tão irado?
Você tem problemas sexuais?
Você vive chorando?
Você se sente culpado?
Você sofre de depressão?
Você perde o controle frequentemente?
Acrescente como comentário, se deseja, outras questões cuja resposta SIM indiquem que a pessoa é neurótica.
Se respondeu SIM a:
1 pergunta: é possível que você seja uma pessoa neurótica
2 perguntas: é bem provável que você seja uma pessoa neurótica
3 ou mais perguntas: é quase certo que você seja uma pessoa neurótica

Neste caso se faz necessário o acompanhamento de um médico especialista, psicológico ou psiquiátrico, de acordo com cada quadro, também se faz importante para que a doença seja diagnosticada e para que se haja um direcionamento correto para cada tratamento.

DIAGNÓSTICO DA NEUROSES PELAS CORES
A neurose da personalidade é diagnosticada por repetição repetida da preferência pelas seguintes cores (cinza, roxo, preto, marrom).
Cores rejeitadas por pacientes com síndrome histérica - vermelho, bem como púrpura.
O tratamento das neuroses envolve uma variedade de métodos. Nós incluímos exercícios físicos - exercícios físicos (aeróbica, natação, corrida, caminhada rápida). Tudo isso estimula o trabalho do coração e o enriquece com o oxigênio. Exercícios físicos são realizados até 5 vezes por semana durante 15 minutos.
Os métodos de tratamento de neuroses incluem a terapia de cor. A cor certa para o cérebro é útil, como vitaminas para o corpo. Para extinguir raiva, irritação - evite a cor vermelha. No momento do início de um mau humor, exclua do guarda-roupa preto, tons azuis escuros, rodeie-se de tons claros e quentes. Para aliviar a tensão, observe os tons azuis e esverdeados. Substitua o papel de parede da casa, escolha a decoração apropriada.
Um método eficaz de tratamento de uma neurose é considerado terapia de música, que é selecionado de acordo com o humor, então a música é alterada na direção de mudar o humor desejado. Então aconselhou Bekhterev. O efeito forte e o bom resultado dão música simples - músicas, romances. Os pesquisadores franceses são tão aconselhados a usar o mecanismo da ação da música. Primeiro, determinamos a melodia que é responsável pelo estado da mente no momento. Em seguida, uma melodia é selecionada, capaz de suportar a ação da primeira composição, neutralizando-a. Ao escolher a segunda melodia guiada pelo fato de que era arejada, leve; dando, consolo desejado e esperança inspiradora. Ao escolher a terceira música, a música é selecionada com o maior impacto emocional. A música deve ser dinâmica, ter confiança, vontade e coragem.

PREVENÇÃO
A prevenção para esse tipo de problema é feita com base no controle e no equilíbrio psicológico e comportamental de cada paciente. Respirar, pensar ates de agir, evitando o impulso, e levar uma vida longe de preocupações que possam lhe tirar de um fluxo natural da vida podem ser muito importantes para prevenir esse transtorno. Bons relacionamentos pessoais e uma vida saudável são ótimas dicas par a prevenção.
A prática de exercícios físicos também auxilia o paciente, que deve evitar o uso de drogas e do álcool.

TRATAMENTO
Antigamente se pensava que a neurose era sempre incurável e que se convertia, com o tempo, numa doença crônica. Hoje em dia, felizmente, as pessoas que sofrem deste transtorno podem recuperar-se por completo e lavar uma vida normal como qualquer outra pessoa.
O tratamento para um paciente acometido pela Neurose é feito, basicamente, com terapias e sessões com médicos especialistas. Os métodos da psicoterapia, sempre com acompanhamento de psicólogos ou psiquiatras, são os melhores para esse tipo de tratamento. Em casos mais graves, quando o transtorno já está mais evoluído, os médicos podem recomendar ainda a ingestão de tranquilizantes e de antidepressivos para equilibrar o comportamento do paciente.
O tratamento para neuroses é bastante parecido com outros tratamentos de transtornos psíquicos. O acompanhamento psicoterapêutico é ainda o principal tratamento e, em alguns casos, medicação antidepressiva e tranquilizante pode ser uma opção para o tratamento.
A neurose pode e deve ser tratada. Existem vários métodos psicológicos de lutar com esta doença, que vão desde a psicoterapia interpessoal por terapia cognitivo-comportamental, até relaxamento progressivo ou meditação. Em casos mais graves, os medicamentos são aplicados. Também podemos lutar sozinhos para impedir os ataques de pânico e fobias principalmente usando uma variedade de técnicas de relaxamento. A capacidade de soltar e relaxar é muito importante na luta com a ansiedade. Mesmo benéficos podem ser exercícios de respiração. Por vezes, a presença da outra pessoa pode ser suficiente para ultrapassar a preocupação dentro de nos. Um bom método é também uma distração de algo que causa medo e movê-la para outro objeto.
A forma de tratamento, a médio prazo, mais utilizada é a psicoterapia, adaptada às necessidades específicas de cada caso, de modo a que o paciente possa enfrentar de forma eficaz os conflitos com o meio que o rodeia. Caso a gravidade das manifestações o aconselhem, deve-se recorrer, ao mesmo tempo, à administração de medicamentos tranquilizantes ou antidepressivos durante determinado período de tempo ou com alguma periodicidade. Em alguns casos graves de neurose, é necessário proceder à hospitalização do paciente, com vista a atenuar as suas manifestações ou prevenir situações de risco, como acontece, por exemplo, perante as típicas ameaças ou tentativas de suicídio da histeria.

ALIMENTAÇÃO QUE COMBATE A NEUROSE
Em caso de fadiga, bem como overstrain, tente suco de uva a cada 2 horas para 2 colheres de sopa. colher, peixe salgado eficaz em pequenas quantidades, bem como uma decocção de batatas quentes com casca. Prepare uma sobremesa: para um copo de leite quente, uma gema, açúcar. Beba quente.
Nozes trituradas misturadas com mel, pegue uma colher de chá até três vezes por mês.
Na dieta deve necessariamente ser alimentos contendo iodo: frutas de irgi, feijoa, couve de mar.
Em um período de excitação nervosa, bem como lágrimas ou insônia, leva até 15 gotas de valeriana. Use o banho de decocção de raízes de Valeriana. Para fazer isso, tome 60 gramas de raiz, ferva por 15 minutos, deixe-o ferver durante 1 hora, estude e despeje na banheira. A duração do banho não é superior a 15 minutos.
À noite, tome uma tintura da erva sorveira por um mês, e à noite beba um copo de leite quente; O sono é recomendado em uma almofada recheada com absinto, bem como cones de lúpulo.
O tratamento das pessoas na neurose inclui muitos remédios que melhoram o sono, mudam de humor, enquanto aliviam o estresse, bem como a irritabilidade.
Todos podem escolher um meio eficaz de tratar neuroses com ervas.
Por exemplo, um art. colher de grama, relógio de três folhas, raiz de valeriana, folhas de hortelã-pimenta derramam um copo de água fervente e, depois, insista, filtre e beba até 100 ml a 2 vezes por dia por mês.
Em caso de sono inquieto, a fraqueza geral, a neurastenia afetada deve ser uma colher de chá de verbo vegetal para um copo de água fervente, então insista uma hora, tome pequenos sorvetes durante o dia.
Bom efeito de folhas secas de capim de pepino, despeje 2 colheres de sopa de água fervente íngreme, insista, filtre, adicione açúcar e beba ao longo do dia, somos tratados um mês.

A NEUROSE SUBJETIVA
Atualmente existem um número substancial de pessoas e até mesmo cristãos que se acham presos a uma luta frenética e neurótica a fim de conseguirem se apropriar plenamente da graça e do poder de Deus para suas vidas com o fim de se sentirem melhor que as outras pessoas. Porém, estes indivíduos ma tentativa exaustiva de anularem suas vidas, mortificar a carne e dar o controle total a Cristo com intuito de preencherem o vazio de suas existências, cometem o erro de não se entenderem e compreenderem que somos mutáveis e que mudamos cada dia, seja para melhor ou para pior. Essa mutabilidade coloca nossa existência em uma paranoia coletiva que dar evasão ao surgimento da neurose coletiva e individual.
Não que esteja questionando a sinceridade da fé destas pessoas que desejam mudar, pode-se observar que estes frequentemente ficam paralisados e imobilizados em sua luta pragmática a fim de anularem sua existência ou morrerem para que Cristo viva. Entendo que eles desejam na verdade é controlar seus mais sujos desejos e seus anseios que debilitam suas mentes. Entretanto, o controle está aquém de nós mesmo sem que haja um profundo autoconhecimento de si mesmo.
Afinal, cada decisão na vida real os lança numa dúvida infindável para saber se estão dando voz a seus próprios desejos e tendências humanas. A ansiedade que acompanha cada decisão pode ser medida em proporções clínicas. Os seus lideres que são inundados por pedidos de conselho, por parte destas pessoas, geralmente se sentem frustrados em seus esforços para reduzir o conflito apresentado. Porque eles mesmos não podem e não sabem domar seus próprios desejos profanos.
Este fenômeno não dever ser desconhecido para a maioria das pessoas. Quase todos os adeptos de uma fé evangélica experimentam esta luta até certo ponto e conhecem outros que parecem se encontrar aprisionados nesta situação, e sem esperança. Frequentemente há uma tendência para se julgar os cristãos que se encontram nesta situação como inerentemente nervosos, instáveis ou, de alguma forma, desequilibrados. A proposição é que estes sejam cristãos ou não, são na verdade neuróticos que calham de ser ou querer ser cristãos para sair de sua neura em ser uma pessoa que nem eles sabem como ser.
A tendência da Igreja é encorajar estas pessoas a orar mais, estudar mais as Escrituras, ou confiar na direção divina como meio de resolver seus conflitos. Este conselho, entretanto, pode servir para aumentar a ansiedade e a frustração destes, porque, muitos deles já estão envolvidos nesta questão que os levam a serem na verdade neuróticos por falta de compreensão de si mesmos.
Provavelmente, seja por isso que o salmista afirme: Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei MEDITA DIA E NOITE. Salmos 1:1,2. Esta meditação, ou melhor, dizendo esta autoanalise leva o indivíduo a compreensão intrapessoal e não a conselho dos outros.  
Assim sendo, todos são totalmente neuróticos quando acreditam que devemos estar alinhados com o todo social, sem considerar que o todo, quando em um comportamento coletivo, normalmente é chamado de histeria, de turba e o que se aprende aqui não é verdade em outro lugar e, o que é neurose lá pode muito bem não ser aqui. A individualidade é o equilíbrio, entretanto se formos formados, adquirindo o conhecimento nas Américas e estivermos no oriente médio seremos mais que neuróticos.
Daí que chegamos ao contexto final. Todo o conhecimento neste nosso mundo nos leva ao desvio de nossas próprias necessidades primárias. Gerando então uma angústia premente, decorrente do que é imperativo na nossa raça, viver em harmonia. Aprendemos desviando de nossos extintos e este fato nos coloca em luta com nossos próprios impulsos.
Os próprios eventos do cotidiano nos deixa mais neuróticos ainda. Com medo do dia a dia. Medo de ser violentado, medo de conhecer pessoas, medo de ser enganado, medo de ter medo.
Na teoria da psicologia analítica de Jung, a neurose é resultado do conflito entre duas partes, sendo uma consciente e outra inconsciente. A única forma de curá-la é, portanto, trazer consciência à parte inconsciente. Em outras palavras, é preciso acordar desse estado letárgico que todos nós conhecemos tão bem, e começarmos a agir. O movimento nos faz muito ocupados, e quem se ocupa de um movimento em direção ao bem coletivo, não tem tempo nem disposição para ficar doente. Torna-se imune a todo o tipo de neurose.
Sendo assim, podemos dizer que todos nós somos mais ou menos neuróticos, porque, todos têm desejos reprimidos que a todo o momento, interferindo em nossa vida consciente e, muitas vezes, provocando desconforto. Todas as nossas relações pessoais são permeadas por emanações de energias psíquicas desconhecidas vindas de um território obscuro e inatingível. Assim, grande parte de nossos desejos e motivos conscientes, que julgamos conhecer e dominar, não passam de representações, simulações, daquilo que habita nosso inconsciente. E para um controle e compreensão se faz um autoanalise diário pela introspecção de si mesmo e pela Psicoterapia Psicanalítica.

NEUROSE OBSESSIVA E A PSICANÁLISE
O termo neurose obsessiva também conhecida como neurose compulsiva indica uma condição na qual a mente do paciente é invadida, contra a sua vontade, por imagens, ideias ou palavras. Consciência do paciente, no entanto, permanece lúcida e seu poder de razão permanece intacto. Essas obsessões incontroláveis são experimentadas como mórbidas na medida em que privam temporariamente o indivíduo da liberdade de pensamento e ação. Às vezes, as defesas podem eliminar a ansiedade e os sintomas, mas ao preço de deslocar características da obsessão primitiva (incontrolabilidade, compulsões) para os mecanismos de defesa.
A neurose obsessiva situa-se no campo de estudo da psicanálise de Sigmund Freud, podendo ser entendida a partir de uma experiência traumática que acomete a estrutura do sujeito.
Com o intuito de entender a estrutura da neurose obsessiva é preciso tentar esclarecer a relação do neurótico obsessivo com a pulsão anal, a qual vai ser importante para compreender a relação do obsessivo com o outro. Segundo Freud a escolha da fixação da pulsão é decisiva para a escolha da neurose e o obsessivo regride, a posição anal-sádica da libido. Essa regressão constante ocorre, particularmente, no momento de conflito psíquico caracterizado pela ambivalência nas relações com o objeto. Por conseguinte, a presença de idéias dicotômicas se manifestam na constante indecisão, um estado de dúvida que acaba paralisando o sujeito e impedindo-o de fazer escolhas. Ao se tomar uma decisão é preciso suportar a perda de algo e é justamente isso que o obsessivo não consegue suportar. Assim, ele não sustenta uma determinada opção em detrimento de outra, permanecendo em estado de dúvida.

Segundo Lacan, o que caracteriza o sujeito obsessivo é a sua capacidade de pensar, mas com a característica de que ele pensa para si mesmo e para anular o desejo do outro. Se, na fase oral, a primazia é a do sujeito de ser nutrido pelo outro, diferentemente, na fase anal, é o sujeito que está sujeitado a demanda do outro. Assim, a introdução na fase anal ocorre por ser o outro quem demanda ao sujeito. O obsessivo não se manteria numa relação possível com seu desejo senão à distância para que esse desejo subsista. Assim, seu desejo vacila e se oculta na medida de sua aproximação. Contudo, se o obsessivo se dedica a destruir o desejo do outro, tende a desvalorizar e depreciar daquilo que é seu próprio desejo.

Conforme Bouvet, há duas fases no estágio anal-sádico. Na primeira fase os desejos sádicos destrutivos com intenções de incorporação são predominantes; na segunda é o desejo de posse, de manutenção do objeto, que confere uma satisfação narcisista ao sujeito. Assim, os diferentes desejos expressam o caráter ambivalente tão presente na neurose obsessiva, isto é, a retenção, o amor, e a expulsão, o ódio. Diferentemente da tendência à integração das pulsões da fase fálica, no período anal-sádico ocorre uma dissociação das diferentes pulsões parciais com a separação de elementos do erotismo e da destrutividade. O autor também comenta que no investimento libidinal anal há um duplo prazer: o de reter as excreções e o de evacuá-las. Assim, em casos de formação acentuada no caráter anal, pode-se encontrar indivíduos que se relacionam com os seus objetos de interesse e amor na forma de prender e de dar, isto é, uma relação com a propriedade.

Para Joel Dor há uma tendência do obsessivo em se constituir como tudo para o outro e também de uma forma autoritária tudo controlar e dominar para que o outro não consiga lhe escapar. Pode-se então fazer uma relação com uma das características do neurótico obsessivo, na qual ele está sempre pedindo explicações e que lhe ordenem sobre aquilo que ele deve fazer. Isso parece uma tentativa de reduzir o misterioso desejo do Outro, pois perguntando ao Outro o que ele deseja que o sujeito faça não precisará pensar no que ele, sujeito, realmente deseja. Além disso, ao corresponder à demanda do Outro o obsessivo impede o aparecimento do desejo do Outro. Sendo assim, o obsessivo se sente compelido a responder ao Outro de forma contínua. Pode-se também pensar numa constante insatisfação da posição neurótica, pois parece que o gozo lhe é algo impossível e é dele que o neurótico se defende colocando em risco a sua própria singularidade em prol do gozo do Outro.

Freud comenta sobre a onipotência do pensamento do obsessivo e que ele não age, ele cogita. Assim, enquanto o sujeito histérico fala, chama atenção; o obsessivo vive cogitando, encontra-se impedido pela ruminação e envolvido por dúvidas e incertezas.

A perspectiva de Sigmund Freud sobre a neurose obsessiva apareceu já em 1894. Em As Neuropsicoses de defesa, ele rompeu com as concepções de psiquiatria clássica e estipulou que a causa da neurose obsessiva reside na existência de um conflito intrapsíquico de origem sexual que mobiliza e bloqueia todos os fluxos de energia. Assim, ele se opôs à teoria clássica de degeneração e a ideia de fraqueza inata do ego que Pierre Janet usava como base para sua descrição da psicastenia. Freud propôs uma etiologia traumática para a neurose obsessiva. Um evento sexual precoce ocorre antes da puberdade; no entanto, em contraste com o que acontece na histeria, este evento é uma fonte de prazer para a criança. O indivíduo experimenta fortes sentimentos de culpa e é oprimido pela autocensura. Estes sentimentos são reprimidos e, em seguida, substituídos por um sistema primário de sintomas e traços: escrúpulos, vergonha, desconfiança de si mesmo. O sucesso dessas defesas permite ao indivíduo passar por um período aparentemente saudável. Mas, eventualmente, essas defesas são esgotadas e há um retorno das memórias reprimidas com a eclosão da doença e seus sintomas concomitantes.
A neurose descrita por Freud como psiconeurose nos primeiros escritos da sua obra, conhecida hoje como freudiana, categorizavam os transtornos emocionai em três grupos.
As neuroses atuais compunham o primeiro agrupamento, caracterizando-se como transtornos emocionais resultantes da ausência ou inadequação da satisfação sexual; seus sintomas não eram de natureza simbólica. Para tal transtorno a investigação deveria ser direcionada para as desordens sexuais atuais e não em acontecimentos importantes da vida passada. Sua etiologia, neste sentido, é somática e não psíquica.
As neuroses de transferência são referenciadas como o segundo o grupo dessa classificação, assim, foi chamado também de psiconeuroses de defesa. Nesse enfoque, abrange as histerias, as fobias e as neuroses obsessivas.
Segundo Freud, apenas estas poderiam produzir a transferência, pois para isso seria necessário dirigir catexias libidinais às pessoas.
O terceiro grupo compreende as neuroses narcísicas, ou seja, as psicoses. De acordo com Freud, a psicanálise não reunia condições para tratar pacientes acometidos desse tipo de neurose.
A justificativa usada pelo fundador da psicanálise era a de que tais pacientes não conseguiam a revivescência do conflito patogênico e a superação da resistência devido à regressão. Freud supunha que essas pessoas abandonavam as catexias objetais e que sua libido objetal se transformava em libido do ego.
A princípio, Freud estudou a neurose sobre a perspectiva da teoria do trauma, cuja natureza da neurose estava contida em um trauma sexual vivenciado pelo sujeito, porém com o abandono dessa teoria, surge o conceito empírico do Complexo de Édipo no entendimento dessa formação.
Nesse momento houve uma ruptura em que Freud passa a perceber a importância do conflito psíquico na produção dos sintomas e percebe que a criança tem sentimentos ambivalentes com seus pais, que são em parte, reprimidos.
Como Freud, os psicanalistas que vieram depois dele sempre colocaram o acento na estrutura obsessiva, em vez de sintomas. Isto coloca problemas de terminologia. O termo neurose obsessiva não é o equivalente exato do alemão Zwangsneurose: Zwang não se refere apenas aos pensamentos compulsivos ou obsessões (Zwangsvorstellungen), mas também para atos compulsivo (Zwangshandlungen) e afetos compulsivos (Zwangsaffekte). Certos autores franceses preferem, portanto, usar o termo névrose de contrainte, e alguns autores americanos preferem o termo compulsive neurosis (neurose compulsiva). Funcionamento obsessivo é o termo preferido para o conjunto de processos e mecanismos de defesa que caracterizam neurose obsessiva, mas que também estão presentes, em menor grau, em outros pacientes, sob a forma de traços de personalidade obsessiva ou um sistema de defesas que se apresente como uma alternativa a um modo mais caro do funcionamento psíquico, o funcionamento psicótico.

SINTOMAS DA NEUROSE OBSESSIVA
Embora os sintomas associados à neurose obsessiva sejam descritos e muitas vezes associados com a adolescência ou início da idade adulta, é comum em clínica surgirem crianças com sinais obsessivos evidentes. Estudos indicam que pelo menos um terço dos casos de adultos aos 40 e 50 anos com neurose obsessiva começou com sintomas na infância.

Obsessões - Pensamentos intrusivos, desagradáveis ​​e que produzem um alto nível de ansiedade.

Ideias ou impulsos não desejados que retornam repetidamente na mente;

Temores e Medos persistentes de que algo vai acontecer a si próprio ou a outros importantes para a pessoa.

Preocupação com contaminações, tipo lavar as mãos repetidamente;

Necessidade excessiva em fazer as coisas corretamente ou perfeitamente, tipo fechar o carro ou a porta de casa várias vezes;

Compulsões - Comportamentos repetitivos denominados de resposta às suas obsessões.

Lavar e verificação constante;

Contagem (muitas vezes durante a execução de outra ação compulsiva, como a lavagem das mãos);

Arrumação de objetos, papeis, livros, por exemplo guardar todas as contas em um só lugar, fazer sempre referencia a estes guardados, muito zelo e alinhamento preciso dos objetos;

Repetição de frases ou fazer listas;

Estes comportamentos surgem como forma de controlo da angústia sentida pela pessoa com neurose obsessiva. Para algumas pessoas estes rituais podem dar um alívio da ansiedade, mas apenas esta se revela temporária. As pessoas com neurose obsessiva têm algum grau de percepção da falta de sentido das suas obsessões. Muitas vezes, especialmente quando eles estão tendo uma obsessão, pode reconhecer que as suas obsessões e compulsões são irrealistas. Outras vezes, pode não ter certeza sobre seus medos ou mesmo acreditam firmemente na sua validade.
Apesar da luta para banir os seus pensamentos indesejados e evitar os comportamentos compulsivos, e muitos podem manter os seus sintomas obsessivo-compulsivo sob controle durante as horas de trabalho e escola, mas a resistência tende a enfraquecer ao longo dos meses ou anos e a neurose obsessiva torna-se tão grave que os rituais podem apropriar-se de vida dos pacientes, o que os impede de continuar as atividades fora de casa.
Aqueles que sofrem de neurose obsessiva geralmente tentam esconder a sua desordem ao invés de procurar ajuda. Muitas vezes bem sucedidos a esconder os seus sintomas, têm uma consequência infeliz do seu segredo, pois, só recebem ajuda profissional muito tempo após o início de sua doença. Neste ponto, podem ter aprendido a gerir a sua própria vida e a dos que os rodeiam, seja família ou amigos, em torno dos seus rituais. Cria-se assim uma abrangência maior na patologia. 

TRATAMENTO NEUROSE OBSESSIVA
Como já foi referido a Neurose Obsessiva pode ser extremamente debilitante, tendo até sido já questionada e comparada com a psicose, pelo que deverá ter um tratamento adequado e continuado, uma vez que a origem da angústia nesta patologia é inconsciente, ou seja, não há um conhecimento real da causa.
Entretanto, atualmente, existem duas principais intervenções para lidar com os sintomas típicos da neurose obsessiva. Estes são farmacoterapia e psicoterapia.
No que se referem a medicamentos, os fármacos mais eficazes são os antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos da recaptação de serotonina, sendo este último o mais vulgarmente utilizado.
Essas intervenções podem melhorar o quadro clínico, mas, insuficiente regularmente para minimizar os sintomas da doença.
Neste sentido, o tratamento cognitivo-comportamental é geralmente o tipo de psicoterapia que deve acompanhar a intervenção consistente farmacológica. As técnicas utilizadas são a exposição com prevenção de resposta e aceitação e terapia de compromisso.
Assim sendo, e tendo a Psicoterapia Psicanalítica como regra principal a associação livre dos pensamentos, este é o tratamento imprescindível para esta patologia, uma vez que valoriza a compreensão da própria pessoa e do contexto social e relacional em que esta se insere, não enfatizando o sintoma e permitindo como consequência a autonomia e a liberdade.

CONTINUA  


José Alfinyahu, Teólogo, Parapsicólogo, Psicanalista, Professor, Th.M em bíblia e Th.D em Teologia Sistemática.

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