Dificuldade de atenção e hiperatividade: conheça o TDAH
O que é o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade)?
O TDAH é uma condição neuropsiquiátrica que afeta pré-escolares, crianças, adolescentes e – inclusive – adultos. Trata-se de um transtorno marcado pelo padrão de prejuízo sustentado no nível de atenção e um aumento na impulsividade ou hiperatividade, podendo haver uma apresentação predominantemente desatenta, predominantemente hiperativa/impulsiva ou uma forma combinada.
Diversas regiões cerebrais estão envolvidas na origem do TDAH, porém os estudos atuais mostram um papel mais importante das conexões do córtex pré-frontal com outras regiões cerebrais que participam da atenção, da inibição, das tomadas de decisão, da inibição a respostas, do trabalho de memória e da vigilância.
O principal neurotransmissor (substância que atua nas comunicação entre os neurônios) relacionado é a dopamina, mas a noradrenalina também parece contribuir para a gênese do transtorno.
O TDAH é uma condição comum, afetando cerca de 5 a 6% das crianças em idade escolar e cerca de 3% dos adultos. Além de comum, também aumenta o risco para o desenvolvimento de outros transtornos como:
Transtorno da aprendizagem
Transtorno de ansiedade
Transtorno do humor
Transtorno do comportamento disruptivo
Como muitos transtornos do neurodesenvolvimento, o TDAH é mais comum em meninos, em uma proporção até 9 meninos para cada uma menina. Com frequência, os sintomas de crianças com TDAH surgem aos 3 anos de idade, mas o diagnóstico costuma ser dado na época do jardim de infância ou na idade escolar.
Quem tem parente com TDAH tem maior risco de ter o transtorno?
Sim. Em pais e irmãos de crianças com o transtorno, a incidência é 2 a 8x maior que na população em geral. Os dados existentes indicam que o TDAH é basicamente genético, com uma hereditariedade de cerca de 75% !
Quais as condições ambientais que podem promover o surgimento do TDAH?
Se a hereditariedade (componente genético) do TDAH é de 75%, então significa que cerca de 25% dos casos vão ter contribuição significativa de fatores ambientais. As taxas de incidência de TDAH costumam ser mais altas em crianças prematuras e cujas mães tiveram infecções durante o período de gestação.
Condições que provocam dano ao cérebro na fase inicial da infância, seja por infecção, inflamação ou trauma, podem ser fatores que também contribuem para o surgimento dos sintomas. Não menos importante, abuso crônico grave, maus-tratos e negligência estão associados a determinados sintomas comportamentais que se sobrepõem ao TDAH, incluindo falta de atenção e controle precário dos impulsos.
Como é dado o diagnóstico de TDAH?
O diagnóstico do TDAH é essencialmente clínico, por meio dos critérios diagnósticos do DSM-5-TR. Escalas como a SNAP-IV para crianças e a ASRS-18 para adultos podem ajudar o médico a dar o diagnóstico. Eventualmente, é necessário um teste neuropsicológico (realizado com psicólogo em várias sessões) para dar mais informações sobre o grau de prejuízo que a pessoa apresenta em termos de cognição, habilidades, etc.
Quais características chamam a atenção para TDAH na criança?
Em geral, as crianças com TDAH costumam agir de maneira impulsiva, são instáveis sob o ponto de vista emocional, são explosivas, não conseguem manter o foco e são irritáveis.
De uma forma geral, crianças com TDAH podem apresentar:
Hiperatividade.
Impulsividade:
Agir antes de pensar.
Mudanças súbitas de atividade.
Falta de organização.
Dar pulos na sala de aula.
Déficit de atenção.
Déficit de memória.
Distração.
Incapacidade para concluir tarefas.
Incapacidade de aprendizagens específicas.
Deficiências na fala e na audição.
Instabilidade emocional.
Engajamento rápido, mas pouca consistência.
Dificuldade de esperar sua vez.
Maior suscetibilidade a acidentes.
Comportamentos de agressão e desafio.
Como o TDAH costuma se apresentar nos adultos?
Historicamente, acreditava-se que o TDAH fosse uma condição infantil que levava ao prejuízo no desenvolvimento do controle de impulsos, e isso seria superado na adolescência na maioria dos casos.
Contudo, cada vez mais tem havido a identificação de uma quantidade muito maior de adultos diagnosticados com TDAH e tratados com sucesso.
Até 60% das crianças com TDAH apresentaram melhoras persistentes nos sintomas durante a vida adulta.
As outras 40% persistem sintomáticos na fase adulta, com graus de prejuízos variados.
Nos adultos, o transtorno costuma ser diagnosticado por autorrelato. Portanto, é muito mais difícil fazer um diagnóstico preciso do que na infância. O diagnóstico de TDAH é bastante provável nas situações em que os sintomas de desatenção e/ou impulsividade foram descritos por indivíduos adultos como um problema que tiveram a vida toda, e não como eventos episódicos!
Em adultos, os sinais do TDAH incluem impulsividade e déficit de atenção, como por exemplo:
Dificuldade para organizar e concluir trabalhos.
Incapacidade de concentração.
Aumento na distração.
Tomada rápida de decisões sem pensar nas consequências.
Como é o tratamento do TDAH?
Medicamentos psicoestimulantes:
Psicoestimulantes são a 1ª linha de tratamento do TDAH, pois apresentam maior eficácia e efeitos colaterais mais toleráveis.
Os psicoestimulantes são contraindicados em pacientes com anormalidades e riscos cardíacos conhecidos. Por isso, é importante que sempre se faça uma investigação cardiológica com ECG (eletrocardiograma) antes de iniciar essas medicações.
Os medicamentos estimulantes têm efeitos adrenérgicos e podem provocar elevações moderadas na pressão arterial (PA) e na frequência cardíaca (FC). Recomenda-se, então, que seja verificado rotineiramente estatura, peso, PA, FC e que seja realizado um exame físico anual em crianças e adolescentes que estejam em tratamento com estimulantes.
Atualmente, a disponibilidade dos psicoestimulantes no Brasil são:
Metilfenidato de liberação curta (Ritalina®) ou de liberação sustentada (Ritalina LA®, Concerta®).
Lisdenxanfetamina (Venvanse®)
Medicamentos não estimulantes:
Outras medicações podem ser tentadas para o tratamento do TDAH naqueles pacientes que não toleram o uso de psicoestimulantes, naqueles em que a medicação não está recomendada, naqueles em que há necessidade de potencializar o tratamento ou tratar sintomas específicos. Exemplos incluem a clonidina, bupropiona, modafinila e até antipsicóticos como a risperidona, devendo ser indicada somente por profissionais que tenham experiência no tratamento desses pacientes.
Intervenções não farmacológicas:
As intervenções psicossociais em crianças com TDAH incluem modalidades como:
Psicoeducação.
Habilidades de organização acadêmica.
Reabilitação.
Treinamento parental (foco em ajudar os pais a desenvolver intervenções comportamentais possíveis).
Modificação comportamental na sala de aula e em casa.
TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental).
Treinamento em habilidades sociais.
A melhor estratégia de intervenção é a associação de tratamento farmacológico + terapia comportamental.
Fonte – Anotações
Dr. José Alfinyahu
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